Empresas familiares

O empresário José Manuel Palitos pensou com antecedência na sucessão familiar. Ele estimulou desde cedo o filho a trabalhar na fábrica de sapatos. Desde os oito anos, José Manuel Palitos Filhos freqüenta a empresa do pai . Com isso, o herdeiro aprendeu a superar os traumas da sucessão familiar, já cuida sozinho da loja e, agora, se prepara para substituir o pai. “Ele começou a vir para cá quando menino. Foi pegando gosto pela coisa e está dando continuidade”, conta José Manuel Palitos. O filho teve a oportunidade de conhecer os segredos da produção artesanal de sapatos. Hoje, trabalha o dia inteiro na empresa e ainda faz faculdade de propaganda. “Começo na empresa às 8h e vou até às 18h. Depois vou para a faculdade e chego em casa à meia-noite”, diz. O processo de sucessão ainda não foi concluído, mas o filho já participa das decisões da empresa. E, muitas vezes, prova para o pai que tem boas idéias para alavancar os negócios. Um bom exemplo é um sapato, inspirado no mocassim argentino. O filho queria lançar o modelo, mas a resposta do pai era sempre a mesma. “Eu dizia que não, pois achava que não ia vender o sapato”, confessa o pai. Foram dois anos de insistência, até que o pai permitiu que o filho fizesse um modelo, para experimentar. O resultado é que o sapato vendeu como água! “Foram vendidas centenas de pares e, hoje, o modelo representa 60% das nossas vendas”, revela o pai. Diante desses números, o empresário mudou de atitude. “Eu me convenci e, atualmente, é ele quem lança os novos modelos na loja da nossa empresa”, comemora José Manuel. A fábrica lança dois pares novos de sapatos todo mês. O filho conquistou a confiança do pai e levou as reformas adiante. Refez o site da loja, criou uma nova vitrine e colocou a logomarca da empresa sempre próxima dos produtos. Graças às mudanças, as vendas aumentaram de 90 para 130 pares de sapato por mês. “As idéias dele, às vezes, me pegam desprevenido. Depois, vejo que as idéias foram boas”, fala o