Economia
O movimento das “Diretas Já” deu em nada. O Colégio Eleitoral, que oferecia Tancredo Neves como grande nome das oposições, brindou o país com José Sarney, oriundo das lides apoiadoras do extinto regime militar. Na sequência, com a bandeira de “Caçador de Marajás”, Fernando Collor emergiu como nova esperança de seriedade e probidade. Terminou melancolicamente em impeachment por corrupção. O Congresso Nacional via-se engolfado por ondas cada vez maiores de desvio de recursos públicos, redundando em CPI como a dos “Anões do Orçamento”.
Enquanto isso, um dos pilares de qualquer nação, sua moeda, era desmoralizado, vilipendiado, esgarçado, perdendo totalmente sua função de reserva de valor e meio de troca, funcionando, ao contrário, como um dos mais eficientes e cruéis meios de acumulação de renda, aprofundando a nossa já absurda desigualdade social. Governos e estatais driblavam suas notórias ineficiências graças à especulação financeira. Os ricos, que tinham conhecimento e meios para atuar na jogatina especulativa, ganhavam muito dinheiro com a inflação descontrolada. A classe média mal e mal conseguia não perder, fazendo suas pequenas e prudentes aplicações financeiras. Quanto aos pobres, assalariados e trabalhadores em geral, estes eram inapelavelmente esfolados mensalmente em 30% a 40% de tudo o que ganhavam, sem condições de lutar contra o dragão da maldade inflacionária.
Plano Real
O Plano Real foi concebido originalmente como um programa dividido em três fases: a primeira promoveria um ajuste fiscal que gerasse “equilíbrio das contas do governo,