Economia brasileira
A Grande Depressão
A história tem constatado que os países capitalistas industrializados são, periodicamente, atingidos por crises econômicas. Normalmente, essas crises ocorrem com intervalos de sete a dez anos, configurando os chamados ciclos econômicos. As economias iniciam “ciclo virtuoso”: aumento da produção, do consumo, e do nível de investimento. Repentinamente o ciclo sofre uma inflexão, e inicia-se um “ciclo vicioso”: caem os investimentos, a produção, e as vendas. As explicações para esse comportamento cíclico são variadas, mas a constatação empírica é irrefutável: as economias capitalistas são intrinsecamente instáveis. A depressão de 1873 -1896 foi classificada como a primeira das crises globais. A Grande Depressão de 1929 -1933 foi o período histórico de maior redução do nível de atividade em quase todos os países, com exceção da União Soviética. No auge da depressão o desemprego atingiu 22% da força de trabalho na Inglaterra e na Bélgica, 24% na Suécia, 27% nos Estados Unidos e 44% na Alemanha. Ocorreu também uma redução de 60% no comércio mundial e de 90% nos empréstimos internacionais.
Além das conseqüências econômicas, políticas e sociais, a Grande Depressão abalou convicções arraigadas em termos de política econômica. O mundo que emergiu da Grande Depressão e da Segunda Guerra foi marcado pelas políticas econômicas intervencionistas de inspiração keynesiana e pela busca da construção do Estado de bem-estar social nos países desenvolvidos. No Brasil, a Revolução de 1930 ocasionou a perda da hegemonia política pela burguesia cafeeira em favor da classe industrial ascendente. O avanço do processo de industrialização no país intensificou-se a partir de então.
A política de defesa do café
No mercado cafeeiro, o país atuava como um produtor semimonopolista, com grandes vantagens comparativas, tais como, enormes reservas de terras férteis e de mão-de-obra. No final do século XIX, o Brasil