Desigualdade social
Clériston Cordova
O trabalho infantil é repudiado por muitos, usufruído por outros tantos e exercido por milhões de crianças e adolescentes no Brasil, o que vergonhosamente o coloca como o terceiro país da América Latina que mais inviabiliza a infância, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
As causas principais são a pobreza e o desemprego crescentes, que acabam servindo como justificativa para aqueles que empregam esses jovens ou mesmo os que se defrontam diariamente em Paranavaí com meninos vendendo balas e salgados nos sinais, entregando panfletos e em alguns casos sendo obrigados a pedir dinheiro para os motoristas dos veículos que param nos semáforos.
O fato é que muitos desses pequenos cidadãos são a favor de seu direito de trabalho, mas de forma digna, ao contrário da exploração a que são sujeitados. Crianças e adolescentes recebem muito menos do que os adultos, sem direito à carteira assinada e férias, ainda que a legislação brasileira determine que o trabalho é proibido para menores de 16 anos. Quanto mais novos são esses trabalhadores, menor ou mais ausente é a remuneração.
Pode-se dizer que uma em cada dez crianças na faixa etária de cinco a 16 anos perde parte da infância trabalhando como adultos. Essas crianças quase sempre têm desempenho fraco na escola, porque estão muito cansadas para estudar e aprender, ou simplesmente deixam de estudar.
É importante ainda combater formas de exploração do trabalho infantil especialmente difíceis de serem erradicadas ou de pouca visibilidade. Entre essas formas, estão o trabalho infantil doméstico e a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.
Desigualdade
A exploração do trabalho infantil tem sido um tema debatido há muito tempo por governantes e entidades ligadas aos direitos das crianças e adolescentes. O combate é para toda a sociedade brasileira uma questão de direitos humanos.
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