Dahrendorf

1)
Ao decorrer da nossa história, diferentes disciplinas de pensamento humano surgiram como instrumentos de auto-interpretação de cada época. Por exemplo, a Teologia servindo de base da sociedade feudal, enquanto a Filosofia na época de transição para a Idade Moderna (Dahrendorf; Sociologia e sociedade industrial; página 1).
Embora as duas correntes apresentarem suas próprias particularidas, elas entravam em um senso comum quando analisavam as leis do desenvolvimento social. Para elas, a desigualdade social era vista como algo natural por ser instituída por Deus. Desse modo, propunham a todos que aceitassem o fato que uns nasciam ricos e outros pobres. Em outras palavras, nada podia ser feito para alterar essa realidade.
Todavia, até esse momento a sociedade não era objeto de reflexão. Isso foi mudado a partir do século XVIII, como o ínicio da Revoulção Industrial. Com o desenvolvimento das indústrias e a situação precária dos trabalhadores, a desigualdade social se averigou como um problema. A partir disso, Jean-Jacques Rousseau define a origem das diferenças de classe com a propriedade privada. A desigualdade passa então a ser entendida como algo “mutável e histórico”, trantando-se agora de um objeto de estudo e investigação.

2) O berço da Sociologia se encontra na sociedade industrial. Ela se difere essencialmente com as formas anteriores de auto-interpretação por discordar com os critérios até então estabelecidos que definiam a desigualdade como algo natural. A Sociologia, inserida no contexto do século XIX, busca a racionalização e a ciência empírica para explicar os males da sociedade industrial. Embasada na teoria de Rousseau, os sociólogos interpretam a sociedade capitalista como opressora, todos sendo incumbidos em um processo de valoração moral (Dahrendorf; Sociologia e sociedade industrial; página 3).

3) Dahredorf afirma que a sociologia hoje retrata um distanciamento da realidade, deixando o que propriamente pretende ser,