Da multiplicidade de saberes à ciência como construção racional do real
O conhecimento assuma a forma de “mundos” complexos e de natureza plural, tendo diferentes pontos de vista sobre a mesma realidade.
Se tivermos pouco conhecimento, o mundo parece-nos pequeno e confuso, enquanto se tivermos muito conhecimento ele torna-se grande e complexo. O nosso conhecimento é um criador de mundos.
Podemos dizer que a dimensão do mundo depende da definição do mundo, e esta é aquela que nos mais convier.
O senso comum
Senso comum significa um tipo de conhecimento adquirido pelo Homem a partir de experiências, vivências e observação do mundo. É uma forma de conhecimento vulgar ou popular. Caracteriza-se por conhecimentos empíricos acumulados ao longo da vida e passados de geração em geração.
É um saber que não se baseia em métodos ou conclusões científicas, mas sim no modo comum e espontâneo de assimilar informações e conhecimentos úteis no cotidiano.
O senso comum é uma herança cultural que tem a função de orientar a sobrevivência humana nos mais variados aspetos.
Através do senso comum uma criança aprende a distinguir o perigo e a segurança, o que pode e o que não pode comer, o que é justo e o que é injusto, o bem e o mal, e outras normas de vida que vão direcionar o seu modo de agir e pensar, as suas atitudes e decisões.
Também faz parte do senso comum os conselhos e ditados populares que são tidos como verdades e seguidos pelo povo. Por exemplo: “Deve-se cortar os cabelos na lua crescente para que cresçam mais rápido”.
O senso comum resulta da organização espontânea da razão e:
• é uma crença não justificada;
• aceita uma explicação sem a questionar;
• apoia-se na tradição e na experiência coletiva da comunidade e não na investigação;
• nasce da atividade sensível da experiência pessoal acumulada.
O senso comum é um conhecimento baseado na perceção do que na razão, por isso:
• é o modo mais elementar de conhecer o mundo;
• permite criar