Bilinguismo

BILINGUISMO

O bilinguismo surgiu por volta de 1990, devido a insatisfação dos surdos em decorrência da proibição do uso da Língua de Sinais por ser considerada um meio de comunicação inferior; sua filosofia tem como objetivo a necessidade de que o surdo adquira duas línguas. O bilinguismo se baseia no fato de que os surdos são interlocutores de uma língua ajustada à sua habilidade de expressão, por esse motivo é proposto que a língua gestual seja ensinada como a primeira língua natural dos surdos e, para que a língua oral oficial de seu país não seja ignorada, deve ser adquirida como segunda língua, formando assim uma comunidade, com língua e cultura específica, assim, os surdos têm uma forma própria de pensar e agir que deve ser respeitada. Poker fala que o bilinguismo não pode ser definido como filosofia única, pois essa linha teórica segue diferentes abordagens, a primeira diz que a criança surda deve adquirir a Língua de sinais e a língua oral, o mais precoce possível, separadamente. Para que depois possa ser alfabetizada na língua oficial de seu país. E a segunda diz que primeiro a criança surda deve aprender apenas a Língua de Sinais e, posteriormente só a variante escrita da língua. A língua oral é excluída nessa modalidade. Uma noção importante que também deve ser compreendida é a do biculturalismo. Como todas as outras comunidades de minoria, a comunidade surda suas próprias características culturais e, a linguagem de sinais tem a marca dessa cultura. O bilinguismo e o biculturalismo nem sempre ocorrem ao mesmo tempo em um indivíduo como cita GOLDFELD (2002, p.110):
“(...) filhos ou netos de imigrantes que não aprendem a língua de seus pais ou avós, mas que convivem com a cultura deles em casa, clubes ou igrejas, podem ser considerados biculturais. Por outro lado, pessoas que aprendem uma língua estrangeira em cursos bilíngüe e não biculturais, se não conviverem e internalizarem a cultura da comunidade que utiliza essa língua. (...) A criança surda