Atps fisica

Princípio personalista na doutrina social da Igreja
Parafraseando Santo Agostinho: “o que é pessoa? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei”.48
Esta interrogação foi, é e sempre será o centro deste questionamento feito pela própria pessoa a respeito de si mesma. Se percebe na sua “realidade única e irrepetível”,49 em sua
“realidade singular, por ser pessoa”,50 tendo presente que “pela encarnação, o Filho de Deus uniu-se de certo modo a todos os homens”,51 a pessoa é detentora de uma dignidade inalienável, pois criada à “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,27). A dignidade humana é reconhecida por todos como um bem transcendente; o fim último de cada pessoa é o seu
Criador, para o qual se orienta toda a sua vida.
Etimologicamente, a origem do termo pessoa é complexa. Não existe consenso para as explicações. Contrariamente ao que sempre se afirmou, o termo “pessoa” não é a máscara que os atores utilizavam no teatro como um instrumento para amplificar a voz (em latim: personare), mas “aquilo que cai sob os olhos”, “o que se pode ver”: rosto, semblante, forma visível da pessoa.52 Depois, estendeu-se para os atores ou personagens por ele representados.
Daí passou também para a vida real, onde cada pessoa representa um papel.53
Para o Dicionário Aurélio, o termo pessoa pode identificar homem ou mulher, personagem, individualidade, ser ao qual se atribuem direitos e obrigações; pessoa natural, o ser humano considerado singularmente, como sujeito de direitos, pessoa física.54
Diógenes havia procurado o homem com uma lanterna acesa, não o tendo encontrado: o homem, como tal, não existe, é uma abstração. Ele só se torna real numa pessoa concreta, histórica, racional e livre, situada no tempo e no espaço.55
Boécio56 define, em sua fórmula clássica, que pessoa é: Persona est rationalis naturae individua substantia. Explora os conceitos de forma, de unidade, de pluralidade, de identidade e diferença.57