O fazer educativo de hoje

O fazer educativo hoje – libertação ou domesticação

O propósito desta atividade é a reflexão do modelo de escola que temos na atualidade. No entanto, antes de entrarmos no tema “a escola de hoje”, viajaremos no tempo e iniciaremos com uma breve menção sobre a evolução histórica do processo educativo no Brasil. Para isso nos apoiaremos nos ensinamentos da ilustre psicóloga e psicanalista Viviane Mose. Na primeira metade do século passado que se começou a formatação de um modelo educacional no Brasil, como processo de formação de pessoas regulamentado e organizado. Até a década de 50, a escola brasileira atuava em um molde interessante, pois focava o “fazer pensar nos alunos”, não se preocupando com a quantidade mas sim com a qualidade do conteúdo de ensino. Porém era um sistema de certa forma elitista (era para poucos), pois o Brasil nesta época era um país agrícola, com densidade demográfica dividida entre zona rural e zona urbana. Não existia escola para todos, e a competição por vagas criava a elitização acima mencionada, visto que somente os “melhores” tinham acesso ao ensino.
A partir de 1950 o Brasil passou por um período econômico de desenvolvimento, com grande avanço do setor industrial. Foi neste período que se pensou em mudar o formato do ensino no país. O momento exigia um maior dinamismo. O modelo educacional então ganhou a incumbência de formar e colocar no mercado de trabalho pessoas preparadas para os novos postos profissionais. Foi aí que o foco da escola deixou de ser o “ensinar a pensar” e passou a ser “formação de mão-de-obra especializada”.
Criou-se o que ficou conhecido como “escola de massa”, constituído por um sistema segmentado e escalonado. O ensino foi subdividido (fracionado) em matérias e séries (escala de aprendizado – 1ª, 2ª, 3ª séries e assim por diante). O processo se tornou repetitivo e pragmático, tal como uma linha de produção industrial de uma fábrica. O sistema se distanciou do ideal de ensinar os alunos a pensar no todo