O elemento civilizador do carnaval brasileiro
Apesar das referências aos rituais agrários e festas a deuses da Grécia e Roma Antiga, como formadoras do carnaval, é do período da Europa Medieval, através da implantação da Quaresma no calendário católico, que esta “festa” se ordena e consolida na Europa e, também, se insere nas sociedades coloniais.
É através da ideia da Igreja Católica Medieval, de pacificar, em seu sentido de vigília e controle; e civilizar, em seu sentido de cultivar bons modos e comportamentos (cristãos), além da intenção de apropriação, que o carnaval se consolida no calendário europeu e colonial (antecede a data da Quaresma) e se formata como uma nova “festa”. Portanto, podemos destacar este aspecto, como o primeiro elemento civilizador e também, ordenador do carnaval. Vê-se, então, a arte sendo cultuada pela elite e pela igreja.
O Entrudo no Brasil Colônia
Assim, por meio do seu elemento europeizante, católico e colonizador, o carnaval surge na América Portuguesa. Nos primeiros séculos do período colonial, esta manifestação cultural resumiu-se no jogo do Entrudo de estilo português, brincadeira de lançar água e farinha nos transeuntes.
Tal brincadeira é tão bem aceita e apropriada pela população colonial, que sua prática se expande para todas as camadas populares e ruas das principais cidades, como também, são acrescentados novos ingredientes e artefatos para o jogo de lançamentos de produtos nos pedestres.
Devido a esta participação e adequação da brincadeira à espontaneidade, irreverência e ousadia das camadas populares no jogo do entrudo, a elite colonial, tenta promover uma divisão entre Entrudo Popular e Entrudo Familiar.
O que seria um esforço desta elite para se distanciar do novo formato que o jogo adquiriu no Brasil e, dar o exemplo, de como continuar a brincar o carnaval de forma educada-civilizada,