Ascetismo e o espírito do capitalismo

O ascetismo e o espírito do capitalismo
Max Weber
“Ascetismo: s.m. Prática da abstenção de prazeres e até do conforto material, adotada com o fim de alcançar a perfeição moral e espiritual. O asceta submete-se a dieta rigorosa e a frequentes jejuns, sendo que os antigos cristãos se sujeitavam até a castigos físicos, como a flagelação.”
Os ideais religiosos convivem simultâneos com o andamento da história humana. A prática clerical, a muito, guia os passos da aceitação do homem na sociedade, instituindo suas ações e seus deveres, em pró de um bem maior pregado pela Igreja. A influência da disciplina das forças religiosas mostrou-se principalmente nas discussões: riqueza contra as vontades divinas.
Nas palavras de Max Weber “A riqueza em si constitui grande perigo; suas tentações não têm fim, e sua busca não é apenas sem sentido, se comparada com a importância superior do Reino de Deus, mas também moralmente suspeita.”. O eterno repouso junto aos santos é apenas recompensa daqueles que trabalharam com fervor incansavelmente toda a vida terrena. O ócio é um profundo pecado e deve ser mortalmente evitado. Na verdade, todas as práticas que levem ao gozo e ao prazer, são condenadas pelo ascetismo pragmático, inclusive as relações sexuais e o ato de dormir, devem ser realizados apenas perante necessidade. O homem é em sumo, trabalho.
Ao mandato de Deus, todos devem obedecer, portanto, independente da condição financeira, o merecedor é aquele que trabalha. A divisão do trabalho, proposto por Adam Smith, é estreitamente relacionado com os estudos da vontade divina. De acordo com a tendência puritana a especialização foi uma melhora na qualidade e na quantidade de trabalho. O vassalo sem vocação carece, pois, de um caráter sistemático e metódico.
Entretanto, para os puritanos, mesmo o cidadão que trabalha, deve seguir determinadas “normas”. Uma mudança de vocação deve ser apenas realizada se por vontade divina, nunca por ambição. Caso surja uma oportunidade com