A Procura do Paraíso

Decidi fugir desse mundo doente, ir em busca do paraíso. Queria encontrar comigo mesmo, me conhecer. Pelo caminho, encontrei um homem que disse ser Deus e o Diabo, falou que conhecia a estrada para o paraíso e que não me mostraria o caminho, mas me daria um veículo para chegar ao meu destino. Tirou de sua bolsa uma bicicleta no qual disse ter 100 anos, também me aconselhou a não ter medo porque ela me levaria até onde a minha mente permitisse, mas eu precisaria ter cuidado com o caminho, pois ele era traiçoeiro. Então, com um gesto de agradecimento, me despedi e montei na bicicleta. Conforme o tempo ia passando, comecei a ouvir uma música que ficava mais forte a cada pedalada, uma música contagiante que tomava conta do meu ser, eu precisava ouvir, a minha alma precisava dela, mas depois de muito pedalar, a música parecia não aumentar mais, mas a essa altura, ela já tinha tomado conta da minha mente.
Exausto, parei para descansar próximo a um riacho azul turquesa, que possuía uma água tão límpida e brilhante que era impossível dispensar um gole, notei que pouco depois de experimentar aquela água, não estava mais cansado, ao contrário, o meu corpo havia começado a responder aquela música, em alguns minutos, eu estava dançando, de olhos fechados, por dias que pareciam minutos, por horas que pareciam segundos, não me importava se alguém estava reparando em como eu dançava, como estava vestido, ou em como me comportava. Eu estava livre.
Quando abri meus olhos eu não estava no mesmo lugar, o riacho havia sumido e não tinha sinal da bicicleta. Retomei o meu caminho e reencontrei o homem que me ofereceu o veículo de 100 anos, ele estava encostado em uma árvore fumando um cigarro que expelia uma fumaça densa e com aroma agradável. Reparei que agora seus olhos estavam vermelhos, mas ele não aparentava ter chorado, na verdade, aqueles olhos pareciam nunca ter derramado uma lágrima. Com um gesto simples, me ofereceu o cigarro que aceitei de bom grado, aos poucos fui me