A família como sintoma da não aprendizagem
“No ser humano, aprendizagem é planificada, elaborada e avaliada, quase sempre dependente dos aspectos sócio-histórico”. (VÍTOR DA FONSECA, 1995)
A discussão a respeito da problemática da aprendizagem vem sendo feita a partir de diversos pontos de vistas e considerando as multidimensões deste processo e, ainda, os níveis econômicos, culturais e sociais, considerados por PAIN, 1992, como um dos pólos do par ensino-aprendizagem, cuja síntese constitui o processo educativo. Este processo compreende todos os comportamentos culturais, inclusive aqueles objetivados pela família e a escola, uma vez, que estes promovem a educação.
Através desse processo o sujeito internaliza os modelos de ação das instituições, quer seja escola, família ou do grupo que pertença. Nesse contexto, a aprendizagem vai garantir a transmissão da cultura e a continuidade do processo histórico da sociedade.
No nível biológico, Piaget considera que as estruturas do conhecimento têm características específicas de construção, e, portanto, não são consideradas inatas, apesar do caráter hereditário da inteligência como aptidão do ser humano, e que alguns reflexos instintivos, como o da sucção, vão se transformando em mecanismos assimiladores das primeiras aprendizagens. Numa referência estritamente psicológica à aprendizagem, GRÉCO (1959) faz a distinção entre três tipos de aprendizagem, porém considera que a “experiência”, se faz presente entre ambos, assumindo funções cognitivas distintas, nesse processo.
Nessa diversidade de explicações, pouco tem sido enfatizado a dinâmica familiar e sua interferência no processo de aprendizagem, assim como, os problemas que podem surgir a partir desta.
Considerando a complexidade do processo de aprendizagem, no meio psicopedagógico, a discussão dessa problemática se faz presente, frequentemente. Entretanto, é pertinente compreender essa problemática numa visão psicopedagógica que enfatize os problemas decorrentes das primeiras