A dependência histórica da periferia no sistema-mundo
Economia
Universidade de Coimbra - PT
15 de Outubro de 2014
A dependência histórica da periferia no sistema-mundo
A atual organização do sistema-mundo retrata de forma remodelada o domínio de alguns países sobre outros ao redor do globo, domínio este que também pode ser chamado neocolonialismo; possui características que remontam as grandes nações-império da idade moderna e suas colônias. A Revolução Industrial trouxe um elemento indispensável para explicar a troca desigual entre países centrais e periféricos, o chamado "valor agregado", que consiste em incorporar valor econômico ao produto manufaturado (o alto valor agregado a um produto é Justificado não só pelos custos de produção, mas também pelo nível de conhecimento necessário à produção do mesmo). Nesta altura, enquanto alguns países, europeus em sua maioria, caminham ao desenvolvimento, outros, colônias destes, continuam a ser explorados intensamente, o que permite a essas nações-império estruturar e definir as políticas de mercado a longo prazo, tais como as patentes e a globalização do mercado.
Hoje, o terceiro mundo não é mais colônia direta das potências da época, mas tem uma alta demanda pelos produtos manufaturados (que possuem bastante valor agregado), criada pelos impérios no período colonial e pagos com uma economia predominantemente agrícola (que tem como característica produto de menor valor agregado), criando uma relação desfavorável de troca aos países periféricos, e o que impede tais países a ter capital suficiente para investir em desenvolvimento industrial, científico e tecnológico, a ponto de concorrer com as potências na disputa do mercado global.
Com tudo isso, pode ser dito que a atual organização do sistema-mundo tem como característica a dependência dos países periféricos aos centrais, difícil de ser contornada, uma vez que a saída poderia ser implementar alianças comerciais entre periféricos para desenvolver o mercado e a produção industrial, entretanto