vísceras
Não há muito que eu possa dizer sobre esta obra-prima da literatura sem entregar sua trama e acabar estragando a surpresa, ou a experiência que é lê-la pela primeira vez, aflito, sem saber qual a próxima coisa horrível que está prestes a acontecer. E, sim, digo que é uma obra-prima exatamente por sua capacidade de ter uma narrativa tão forte e impactante a ponto de fazer pessoas desmaiarem.
Quem conhece o autor sabe bem que seus escritos tendem a ser um pouco perturbadores, e sua narrativa simples e dinâmica, quase sempre em primeira pessoa, tem o poder de nos aproximar do personagem narrador de maneira assustadora. E este conto é o maior exemplo disso.
Antes, deixo aqui o relato de Chuck sobre os desmaios durante as sessões de leitura do conto, em 2005, que pode ser encontrado no site do jornal britânico Telegraph.
“No tour promocional do meu novo romance, li um conto chamado Vísceras pela primeira vez em público. A ideia era incluí-lo em um outro livro que se chamaria Assombro. Meu objetivo com a história era causar horror com coisas bastante comuns: cenouras, velas e piscinas.
Eu estava em uma livraria lotada em Portland, Oregon. Cerca de 800 pessoas foram o suficiente para atingir a capacidade de lotação máxima do local. Ler Vísceras requer um certo nível de concentração, e por isso você não tem muito tempo para desviar os olhos do papel. Mas sempre que eu podia, o fazia e via algumas pessoas nas fileiras da frente com uma cara não muito boa.
Mas foi só quando eu acabei de autografar alguns livros que um funcionário se aproximou e me disse que dois homens haviam desmaiado. Os dois despencaram no chão de concreto e não tinham lembrança alguma além de estar em pé, ouvir a leitura e acordar rodeados pelos pés das outras pessoas. A livraria estava cheia e abafada, pensei. Foi apenas uma casualidade, nada preocupante.
Na noite seguinte, em uma livraria