Técnica de comunicação
O ATO COMUNICATIVO
Nas aulas anteriores analisamos a estrutura da comunicação e as variedades linguísticas presentes em nosso cotidiano. Agora, o foco será direcionado ao ato comunicativo, verificando as especificidades dos tipos de discurso. Como procede o emissor? Que tipos de questionamentos ele deve levantar antes de escrever um texto? Como o receptor compreende a mensagem? São questões que pretendemos responder ao longo desta aula. O ato comunicativo ocorre quando o emissor possui um pensamento e procura expressá-lo verbalmente. O receptor domina o mesmo tipo de expressão e procura compreender a semântica1 acunhada na mensagem. A linguagem, portanto, faz a representação do pensamento e torna-se mediadora das relações humanas. A pluralidade sociocultural contribui para que essa mediação ocorra de maneira bastante diversificada, gerando, por conseguinte, um esforço para estabelecer uma base comum de comunicação, a qual é controlada pelas regras gramaticais. Como o discurso acadêmico/profissional torna público praticamente tudo aquilo que produz, faz-se necessário dominar com precisão esta base comum, uma vez que a mensagem deve ser compreendida por todos. Muitas vezes o profissional procura disciplinar o comportamento das outras pessoas e para isso, tendo em vista a variedade cultural e social, utiliza tanto uma linguagem prescritiva (focada na gramática normativa) quanto uma linguagem descritiva (sem preocupações normativas demasiadas). O ato comunicativo, no mundo jurídico, por exemplo, apresenta desdobramentos singulares quando há conflito de interesses ou não-cumprimento das leis. Neste tipo de embate a linguagem persuasiva se faz presente para alcançar o convencimento do julgador. Este, por sua vez, elabora sua decisão (seu discurso) após análise de todos os pontos de vista apresentados e explica o que o motivou à sentença, esclarecendo a decisão e o raciocínio (argumento) utilizado. Algo semelhante ocorre na