Teoria Da Cores Goethe
A TEORIA DAS CORES DE GOETHE
Ennio Possebon
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Introdução
J. W. von Goethe, reconhecido escritor e poeta dos séculos XVIII e XIX, foi também cientista. Trabalhou em vários domínios, como o da Botânica
(A Metamorfose das Plantas), da Zoologia (com a descoberta do osso intermaxilar) e da Teoria das Cores.
Goethe não seguiu a tendência dominante do materialismo científico.
Propôs outra direção de ciência, outra postura científica. Sua Teoria das
Cores não se ocupa da quantificação, e seu enfoque fenomenológico prioriza o elemento qualitativo. Embora sua teoria não se construa sobre alicerces matemáticos, nem por isso deixa de possuir um rigor de observação dos fenômenos e de suas conexões. “Goethe era como pesquisador da Natureza um espírito matemático sem ser um matemático”, disse Rudolf Steiner. Seus primeiros escritos sobre as cores ‘Contribuições para a Óptica’ (Beiträge zur Optik) datam de 1791 e a investigação sobre elas o ocupará durante os próximos 30 anos. A sua Teoria das Cores
(Farbenlehre) foi publicada em 1810.
1. Panorama da Teoria das Cores de Goethe (Farbenlehre)
Luz, mais luz!
Goethe
A Física moderna não tem ainda um conceito legítimo para a Luz. Ela conhece somente luzes especificadas, cores que em determinada mistura provocam a impressão do branco. Mas este “branco” não pode ser identificado com a Luz em si. Branco não é nada mais do que uma cor de mistura. A moderna Física não conhece a “Luz” no sentido goetheano. Tampouco conhece a “Escuridão”. A doutrina das cores de Goethe movimenta-se em um domínio que não é tocado pelas determinações conceituais dos físicos. A Física não conhece os conceitos básicos da doutrina das cores de Goethe. E não pode, absolutamente, emitir um julgamento para esta teoria. Pois Goethe começa lá, onde a Física acaba.
Rudolf Steiner
foto de Harald Edens
Esta afirmação de Rudolf Steiner em princípio soa para nós, herdeiros