“STRESS” E SÍNDROME DE BURNOUT
1 INTRODUÇÃO
A palavra stress tem origem no latim e conforme o Oxford English Dictionary foi empregada popularmente a partir do século XVII com o significado de “fadiga”, “cansaço”, alguma coisa “apertada” ou “penosa”. Este conceito foi inicialmente muito utilizado na área da Física para explicar a relação entre força e reação dos corpos. Naujorks (2002)
Introduzido na literatura da área médica por Hans Selye em 1936, o termo caracteriza uma alteração endocrinológica que se processa no organismo quando este se encontra em situação que requeira dele uma reação mais forte que aquela que corresponde à sua atividade orgânica normal. Cada indivíduo poderá desenvolver determinados sintomas ou doenças de acordo com seus recursos psicológicos para lidar com a situação ou, também, de acordo com sua constituição e herança genética. Naujorks (2002)
De acordo com Lipp (citado por Naujorks, 2002) é necessário distinguir entre estressores externos e internos: os estressores externos caracterizam eventos ou condições externas ao organismo, que o afetam, independente da vontade da pessoa. Os estressores internos são determinados pela própria pessoa, já que revelam, muitas vezes, o seu modo de ser, de se relacionar, as características de sua personalidade.
Em nossa atualidade é muito comum ouvir-se falar em estresse ou “stress”. Esta palavra, no pensamento leigo, é tida como sinônimo de cansaço, nervosismo, agitação, mau humor, fruto de uma vida muito corrida e competitiva na modernidade. O estresse permeia a conversa entre amigos como algo externo ao sujeito. A pressão, a culpa está fora, ou então, aparece na conversa a partir dos seus efeitos, quer corporais ou psicológicos. A partir desta idéia, julga-se o estresse apenas em seus aspectos negativos, como algo que ninguém nunca deveria experimentar e busca-se uma fórmula mágica de sua supressão. É uma palavra que passa de boca em boca, independente de sexo, raça e condição sócio-econômica.