Resumo sobre as tradições inventadas - hobsbawn

Os seres humanos são passageiros, suas vidas e suas ações desaparecerão conforme outras surgem em substituição. Sabendo dessa temporariedade, uma das maneiras de se tornar imortal é pelo conhecimento, sabedoria, atos e ideais que conseguimos passar para os outros seres humanos, principalmente através da memória, pois enquanto outrem existir e repassar, o tempo não é mais o maior inimigo da eternidade, a capacidade de se fazer ouvir e notar por grandes grupos é o que fará com que ainda haja a fuga do esquecimento e, por consequência, vida após a morte. A memória, então, passa a ser um dos aliados para a transformação de impressões e ideologias em algo quase sólido, moldável de acordo com os desejos de quem tem o poder para tanto. Vindo do poder de conquista pela memória, surgem as tradições inventadas (HOBSBAWN, 1977), com a função de transformar as memórias até que sejam transmitidos certos atos que, baseados em momentos passados, como que reforçando a solidez da tradição, farão com que sejam inculcados e aceitos como naturais. Esse processo de naturalização das tradições inventadas é o que permite sua existência em tantos campos de poder, dos mais simples aos mais rebuscados. Segundo Hobsbawn, as tradições inventadas são regras e valores integrados no comportamento através da repetição, portanto é necessário algum tipo de relação com o passado, essa relação pode ser também inventada, o passado não precisa

necessariamente fazer parte da tradição, ele é também facilmente moldado até que pareça ter relação com a tradição inventada desejada, ou seja, uma falsa relação com o passado é estabelecida como verdadeira. Hobsbawn explica que toda tradição inventada tenta usar a história, o passado, para legitimar as ações, sem a necessidade de utilizar o que realmente se conservou na memória, mas àquilo que foi selecionado, escrito, descrito, popularizado e institucionalizado por quem estava encarregado de fazê-lo. (HOBSBAWN; 1977; p. 21). Não são todas as tradições que