OS BANDOS QUE ANUNCIAM SANT’ANNA
Greice Moreira Moraes1
RESUMO: Esse trabalho possui o objetivo de ressaltar a importância do retorno do bando anunciador à festa de Sant’Anna em Feira de Santana-BA, no período 2007 e
2013. Nesse estudo busca-se entender a formação identitária da sociedade feirense e a construção de sua memória cultural, através de suas manifestações populares e práticas simbólicas. A pesquisa se fundamenta na apreciação de documentário, jornais Feira
Hoje, Ascom, Jornal Livre, sites, memorialistas e uma bibliografia, com enfoque no festejo de largo. O bando anunciador é uma celebração que divulga a aproximação das homenagens à padroeira de Feira de Santana, senhora Sant’Anna. O festejo de largo apontado como impróprio aos interesses católicos na década de 1980, foi considerado extinto em 1987, com o apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana. Percebendo o vácuo deixado pela ausência de uma identificação da população com a cidade, em
2007, o Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), alavancou o regresso de uma parte profana da festa. Segundo Eric Hobsbawm (1984), ações como a do CUCA, em celebrar o bando anunciador é uma “prática cultural institucionalizada” ou “tradição inventada”, que serve ao interesse de determinados grupos. Esses rituais se caracterizam como práticas que são reguladas por regras discutidas e aplicadas a uma realidade própria do lugar. Essas práticas também servem de instrumentos educadores, pois através da repetição normas são assimiladas, reproduzidas e fundamentam a memória e gera uma identificação. A tradição pode ser analisada como um processo com alterações e cortes. No caso do bando anunciador este passa por constantes mudanças, releituras e com práticas sociais adaptando-se ao seu tempo e espaço, acompanham um ciclo no processo de humanização, em que as pessoas e manifestações se transformam. Paralelo a analise das fontes será feita uma discussão teórica sobre identificação,