resumo simmel

O papel do dinheiro nas relações entre os sexos – fragmento de Uma filosofia do dinheiro (1898)
G. Simmel
Simmel inicia o texto chamando a atenção para o fato de que a compra das mulheres não ocorre somente nos estágios inferiores de certas culturas, e tal fato equivale a uma elevação ou rebaixamento cultural em certas sociedades. Todo desenrolar da compra das mulheres e essa “mobilidade” possuem caráter puramente social. Ela é submetida a interesses familiares, a formas e fórmulas estritas sobre o “pagamento”. Tais questões refletem diretamente no social.
Então, no casamento por compra, as mulheres representam uma propriedade útil, onde certos sacrifícios são feitos visando sua aquisição. Embora a compra exprima imediatamente a opressão e exploração da mulher, elas ainda adquirem um valor com isso. Para alguns, essa ideia pode parecer bastante miserável, mas não deixa de ser verdade que se paga por elas porque ela valem alguma coisa, e elas valem alguma coisa porque se paga por elas.
O autor também a diferença entre o dinheiro propriamente dito e prestações de outra natureza, como presentes e dotes, na compra das mulheres. parece que a compra monetária rebaixa e humilha muito mais do que presentes, talvez pelo caráter objetivo e impessoal que o dinheiro assume. De fato, os casamentos por dinheiro sempre existiram, e se encontram no seio de grupos menos evoluídos, onde essa prática não provoca nenhuma espécie de escândalo.
Quando se fala no trabalho das “mulheres compradas”, o mesmo não é visto como verdadeiramente “doméstico”. A divisão do trabalho, nestes casos, não está totalmente avançada, e as mulheres participam ativamente da produção, mostrando-se para o homem (proprietário) uma aquisição bem investida, onde há retorno do valor pago. Isso acaba por garantir a elas certo grau de independência e consideração junto aos homens.
Então, quando a economia perde seu caráter familiar, onde não se produz mais para si mesmo e para a sobrevivência, os