Resumo - Gêneros e sexualidade

A autora, Linda Nicholson inicia sua obra com uma discussão sobre o conceito da palavra gênero. Apresenta os dois significados distintos para a mesma, sendo que por um lado, gênero é algo socialmente construído, em oposição ao sexo, considerado biologicamente dado, isto é, não se refere ao corpo. Por outro lado, o vocábulo aparece diferenciando masculino e feminino. A partir dessa segunda definição, pode-se dizer que surge em decorrência de como a sociedade constrói uma visão não somente sobre a personalidade e o comportamento dos indivíduos, mas também sobre as maneiras como o corpo aparece. Desta maneira, a autora conclui que sexo e gênero não podem ser dissociados.
Partindo do pressuposto do discurso feminista, a segunda definição é predominante, mas mesmo assim, existe a presença do primeiro sentido, pois o sexo, segundo a teoria feminista é algo que fica de fora da cultura e da história, sempre evidenciando a diferença entre masculino e feminino. Duas idéias principais constituem a palavra gênero: a da base material da identidade e a da construção social do caráter humano. As feministas do final dos anos 60 ressaltavam a noção de que a distinção entre masculino e feminino, era causada, majoritariamente por fatores biológicos, e expressadas por eles. Isso ocorria porque a palavra usada para definir essa distinção, “sexo”, possuía fortes associações biológicas. Para reforçar o poder desse conceito, as feministas se apoiavam na premissa de que o caráter humano era constituído socialmente. Em alguns países, ocorreu uma ampliação do significado do termo gênero, enfraquecendo esse poder. As feministas ampliaram significado do vocábulo com o intuito de ele se referir também a muitas das diferenças entre mulheres e homens presentes na personalidade e no comportamento. As feministas então aceitaram a existência de fatores biológicos utilizados para distinguir o masculino do feminino, porém propuseram uma nova idéia, a de que homens e mulheres não eram