Resumo casa grande e Senzala
A vida ou a formação colonial brasileira é apresentada como “um processo de equilíbrio de antagonismos. Antagonismos de economia e de cultura. A cultura européia e a indígena. A européia e a africana. A africana e a indígena. A economia agrária e a pastoril. A agrária e a mineira. O católico e o herege. O jesuíta e o fazendeiro. O bandeirante e o senhor de engenho. O paulista e o emboaba. O pernambucano e o mascate. O grande proprietário e o pária. O bacharel e o analfabeto. Mas predominante sobre todos os antagonismos, o mais geral e o mais profundo: o senhor e o escravo”. (p.53) Mas não se imagine que dos antagonismos surja a guerra. Pelo contrário, o que temos essencialmente é a “harmonia”. “Entre tantos antagonismos contundentes, amortecendo-lhes o choque ou harmonizando-os, (temos) condições de confraternização e de mobilidade social peculiares ao Brasil: a miscigenação…” (p.54) “Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um aproveitamento de valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, da do conquistador com a do conquistado”. (p.91)2 Nada mais agradável de ler ou ouvir do que estas palavras para as elites brasileiras de todos os tipos. Não é apenas o nosso caráter mestiço que se legitima. É todo o “caráter” nacional: flexível, harmonioso senão fraterno. Havia por parte das elites brasileiras um complexo de inferioridade de base racista. Gilberto Freyre resgata a miscigenação, e a transforma, com propriedade e coragem, no fundamento da formação social brasileira. E