Resenha
Cronicamente inviável é uma sátira e ao mesmo tempo é um soco na boca do estômago. De forma direta, sem rodeios, o filme retrata o comportamento individualista e a negação do preconceito das pessoas, fazendo com que nos identifiquemos, seja nos pequenos detalhes, seja nas atitudes. Talvez seja por isso que ele vem incomodando a muitos...
Com suas várias histórias, independentes mas com muito em comum, percebemos o quanto é hipócrita a nossa sociedade!
Negamos a culpa pelos problemas sociais como uma forma de nos eximir de qualquer responsabilidade. É o "NÃO-PROBLEMA" , ou seja : se eu nego, logo não existe!
Declara-se publicamente ser contra qualquer tipo de racismo, contra a prática de qualquer impunidade, contra a opressão das classes desfavorecidas mas na realidade percebe-se a prática de tudo isso e muito mais.
E o mais interessante é que o filme mostra uma verdadeira guerra preconceituosa de todos contra todos. São Brancos X Negros, Negros X Brancos, Ricos X Pobres, Pobres X Ricos, Éteros X Homo-Sexuais, etc. O único que conserva sua "integridade moral e ética" em toda essa história é o índio e a "mãe natureza".
Outro ponto relevante é o fato de que "tudo é permissível" e compreensível no Brasil. O famoso "deixa prá lá", o jeitinho brasileiro, e a sensação de que tudo é relativo, depende do ponto de vista e do posição em que se está. Tudo isso acaba promovendo a crescente sensação de impotência diante dos fatos e ocasiona a justificativa para a falta de interesse e de senso crítico, do sentimento de mudança, do querer mudar, do acreditar em si mesmo e na capacidade de todos como nação.
E neste caldo de cultura, nesta mostra de "pilantropia", percebemos uma verdadeira "radiografia", um retrato comportamental, mas