Resenha - que é autoridade (hanna arendt)

Hanna Arendt, no texto “Que é Autoridade?”, busca o significado e a fundação desta ideia, que acredita ter desaparecido no mundo moderno, e as consequências deste desaparecimento para a sociedade moderna. A dificuldade, para a autora, relacionada a estabelecer um conceito do termo está diretamente ligada ao fato de não existir no seu mundo atual (uma Europa do início do século XX, constantemente abalada por guerras e personalidades fortes e controversas), qualquer coisa, fato ou pessoa, que traduza a ideia de autoridade. A existência dos totalitarismos e “autoritarismos” de sua época não se mostra a causa do fim da ideia de autoridade, e sim, uma consequência deste fato.
A autoridade, na visão de Arendt, necessita obediência, mas exclui tanto a violência quanto a argumentação. Se precisar usar força, a autoridade falhou; se precisar argumentar, suspende-se a autoridade. Esta ideia faz parte de uma tríade, autoridade, religião e tradição, que é de fundamental importância para teoria política e para os desenvolvimentos políticos dentro da sociedade.
Arendt afirma que a autoridade não é privilégio do mundo moderno, tendo existido, na Antiguidade, mais precisamente na palavra e no conceito romano. Entretanto, a tentativa de estabelecer uma autoridade na vida pública vem de Platão e Aristóteles. Para Platão, a autoridade derivaria da razão e os mitos seriam as verdades que exerceriam autoridade por convencer sem argumentar e coagir sem forçar. Para Aristóteles, a autoridade viria dos mais velhos, que estariam destinados a governar. Entretanto, estas tentativas de encontrar um conceito de autoridade foram infrutíferas, pois derivavam de experiências não políticas.
Quem definiu o conceito e experimentou a autoridade foi a política romana, que se baseava no princípio da tradição para garantir a autoridade dos fundadores da polis. Participar da política era preservar a fundação da cidade de Roma e olhar para trás era a maneira de seguir em frente e aumentar a