Resenha crítica - Cotas: O debate que ninguém faz (artigo do site Geografia Para Todos)

RESENHA CRÍTICA:
Cotas: o debate que ninguém faz
As cotas para a universidade, que separam negros e brancos na peneira para o vestibular, estão dividindo opiniões. E, como disse Guilherme Scalzilli para a revista “Caros Amigos”, “a simples contestação delas se transformou num atestado de preconceito racial". O que os “politicamente corretos” pensam é que quem é contra as cotas é, automaticamente, contra os negros. Mas não é bem assim.
Ok, vamos separar os vestibulandos deste Brasil por cor. Os que forem afrodescentes ficam com 50% das vagas e os que forem brancos ficam com a outra metade. Primeiro erro: os afrodescendentes e os que vêm de tribos indígenas não devem ser avaliados por características externas e frágeis como a cor da pele. Se a justificativa para a existência destas tais cotas é “pagar” a dívida da sociedade brasileira com os descendentes de escravos, deve-se observar quem realmente é descendente de escravos, não importa se é loiro ou negro.
Outro objetivo desde programa é democratizar o acesso à universidade. E o que diz o governo ao estudante que mora no campo e geralmente trabalha das 6h da manhã às 9h da noite, parando apenas para fazer as refeições e ir ao colégio? Eles também merecem ter mais chances no vestibular por não terem tanto tempo livre para estudar, mesmo não estando na linha da pobreza? Afinal, eles estão mais desfavoráveis do que aqueles que apenas estudam.
O segundo erro equivalente às referidas cotas é que elas abrangem, também, alunos de escolas públicas. Com isso, o governo assumiu que estas escolas não têm condições nenhuma de competir com as instituições particulares. E, como no Brasil tudo se resolve com esmola, preferiu-se facilitar o acesso às universidades do que melhorar a educação de base. O resultado vemos nos cursos: segundo o Inep, a taxa nacional de evasão em Ciências da computação é de 32% ou seja, quase um terço dos alunos que passaram no vestibular e conseguiram uma vaga neste curso desistiu. A maior causa da