Relatório sobre alguns capitulos do livro Transitos Coloniais

O livro Trânsitos Coloniais: Diálogos Críticos Luso-Brasileiros aborda as relações entre Brasil e Portugal no que se refere ao período colonial e pós-colonial, dialogando com as características dessas relações e sua importância na construção desses países atualmente. A obra é dividida em 16 artigos, organizados em quatro seções, os quais possuem perspectivas comuns e que conferem dessa forma, um tom de unidade à obra. Para o presente estudo, quatro capítulos do livro serão destacados: O Atlântico Pardo. Antropologia pós-colonialismo e o caso “lusófono”. (CAPÍTULO – 1); Galvão na terra dos canibais: a constituição emocional do poder colonial. (CAPÍTULO IV); A Cultura brasileira e os portugueses. (CAPÍTULO XV); Entre a “fortaleza” da Europa e os laços afetivos da “irmandade” luso-brasileira: um drama familiar em um só ato. (CAPÍTULO – XVI).

O capítulo quarto traz um artigo escrito por Miguel Vale de Almeida, que aborda a proposta de uma revisão de preceitos, fraquezas e potenciais das criticas pós-coloniais. Além disso, o artigo remonta-nos à ideia de que é necessário considerar as condições históricas em que o fenômeno da constituição das representações social dos colonizadores e colonizado. Trata também do desafio que os antropólogos têm que enfrentar, pois estes se vêem como especialistas em populações ex-colonizadas e/ou em comunidades minoritárias ou de imigrantes, bem como do uso da expressão pós-colonial, a qual muitas vezes é carregada de sentido preconceituoso.

O capitulo quarto é constituído por um artigo de João de Pina Cabral, o qual aborda as bases emocionais do poder colonial, destacando o fenômeno da antropofagia. O estudo desse fenômeno por Pina Cabral é baseado na obra de Henrique Galvão – um dos mais ativos intelectuais e políticos africanistas de sua época (século XX) –, que apesar disso cometeu o erro comum de distorcer o que seria o canibalismo africano, reforçando a ideia de que o canibalismo era mais do que um simples crime. Galvão e