Raízes africanas

RAÍZES AFRICANASASSUNÇÃO Mathias Rohring e Mestre Cobra MansaEDITORA: Sabin – 2009 – Rio de Janeiro | RAÍZES AFRICANAS1. SÍNTESENão diferente de outras tradições ou cultura, a capoeira, embora tenha sobrevivido às situações adversas quando da diáspora africana para o Brasil, perdeu em parte sua origem. Buscamos aqui, com base na obra de Mathias Rohring Assunção e Mestre Cobra Mansa (Raízes africana) apresentar o resgate dessa cultura, associando a uma visão crítica, alguns fatores que culminaram com tal perda.A publicação nos apresenta, também, a história do maracatu da cidade do Recife, seus significados e o valor para a cultura. Focado seu ressurgimento após os anos 80 e o esforço na conservação das origens buscando a preservação de sua identidade.2. A DANÇA DA ZEBRAMestre Pastinha (1889-1981) foi um referencial no que tange a capoeira na Bahia. Infelizmente dado a falta de conhecimento, e a inexistência de registros e memória oral da arte, nada pode fazer para perpetuar a cultura em sua íntegra, só lhe foi possível difundir a prática. Porém em 1960, é visitado por Albano Neves e Souza, (pintor angolano), que lhe apresenta de forma respaldada a origem da capoeira praticada na Bahia.Embora tenha sido convencido pelos argumentos de Neves e Souza, Mestre Pastinha já se encontrava debilitado da visão em virtude de uma catarata não tratada por falta de recursos, o que contribuiu para que não divulgasse de forma plena ou efetuasse registro do conhecimento na ocasião adquirido, limitando-o apenas a alguns alunos, mais próximos.Portanto, alguns anos ainda se passaram para que se fosse divulgada a nova identidade da capoeira.Antes de Neves e Souza a capoeira era vista como uma “brincadeira” proibida, sua prática era perseguida pela polícia e os praticantes não eram bem vistos pela sociedade. No entanto, em visita ao Brasil ele percebe que a nossa capoeira se assemelhava ao n’golo, cujo significado é “zebra”, cujo movimento se assemelha aos da capoeira e sua apresentação