PINA BAUSCH
O filme “Pina” narra a história da maior coreógrafa da era contemporânea, Pina Bausch, a partir dos comentários de seus ex-alunos e de suas apresentações. Nascida no século passado, a bailarina alemã fundo uma fantástica carreira. Pina desconstruiu o mundo da dança-teatro e da expressão artística, criando um universo ao vivo e a cores de histórias em movimentos cacofônicos, fluídicos e quase extrassensoriais. Seus bailarinos e aprendizes muitas das vezes serviam de fonte para seus contos bailados tornando íntimo o laço que se enveredava para além da relação entre alunos e mestre.
O início do documentário mostra uma dança de forte interação com o telespectador, uma sombria conversa que surge da união dos corpos de homens e mulheres levados ao extremo. A violência e a candura. O paradoxo que permeia todo o filme e talvez a própria mente da bailarina. É na verdade o diálogo que Pina Bausch mantém entre as partes, todas elas, que as choca, incomoda e extasia por se utilizar de instrumentos sutis e intensos.
No decorrer do filme os bailarinos têm seus rostos focalizados e suas opiniões reveladas, um momento interessante. Nota-se a ausência de movimento, mas as vozes dos bailarinos preenchem a cena com seus relatos, ideias e pensamentos; dando a cena o teor dramático do conteúdo das falas que soam um tom de gratidão e pesar. Mas destaco aqui a gratidão. O próprio diretor, Wim Wenders, parece ter por Pina uma profunda admiração, que convertida em respeito, o capacitou a fazer deste documentário um trabalho a altura da grandeza das obras por ela