Arte do corpo iv-pina bausch
Começo refletindo: “ [...] Eu não faço mais que observar ou tentar observar as relações humanas, a fim de delas falar. Eis ali o que me interessa. Eu não conheço fora disso nada mais importante” (BOUSCH,apud HOGHE). Para o processo de criação o quanto é importante olhar, observar, buscar aquilo que traz interesse aos olhos. Narrar, escolher um ponto de foco, pousar um certo olhar sobre as coisas a fim de delas falar. Encontrar uma maneira de dar forma, tornar visível. Toda essa experiência refere-se ao processo de criação e percepção de como o realizador, opera suas ferramentas e códigos da linguagem. É óbvio que existe um rastro cultural na maneira de fazer do artista e é essa busca de um olhar do passado, que é a lembrança, passando por todos os territórios, que podemos contar uma história, incorporando um contexto espacial e temporal em que o artista está inserido e de como é afetado por ele. Por isso que é possível ao artista estabelecer leituras críticas ou interpretações sobre determinada narrativa, constatando e revelando todo o seu conhecimento sobre o aspecto de tal criação. O corpo tem papel importante na criação artística de um texto, mas uma série de variantes exerce influência sobre todo esse processo, e o modo de olhar também é uma variante importante, pois é o modo que se vê que interfere na textura. São as cores, cheiros, texturas, sabores, os sons e a música, que marcam as impressões dos lugares muito além do visível, encontrando a realidade de um corpo singular, pois é o corpo que acolhe todas as experiências vividas, se olho, não sinto e se toco aumento às possibilidades. Bausch, traz o olhar, além do ver, um olhar que inclui o corpo, que sente e chega a palpitar. Aqui o corpo se encontra em sensibilidade e expressão criadora, transportando à carne, as palavras faladas. É no corpo do “aqui e agora” com relação ao tempo, assumindo as responsabilidades do passado, as