PIAGET, VYGOTSKY E WALLON Teorias Psicogenéticas em discussão

Parte I
Fatores biológico e sociais
O lugar da interação social na concepção de Jean Piaget
(Yves de La Taille)
A inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função das interações sociais que são, em geral, demasiadamente negligenciadas. Piaget costuma ser criticado injustamente por “desprezar” o papel dos fatores sociais no desenvolvimento humano. Piaget não se deteve longamente sobre a questão, contentando-se em situar as influencias e determinações da interações social sobre o desenvolvimento da inteligência. Afirmar que o homem é ser social ainda não significa optar por uma teoria que explique como esta ser “social” interfere no desenvolvimento e nas capacidades da inteligência humana. O equacionamento que Piaget dá a essa questão passa por dois momentos por “ser social”. O segundo: verificar como os fatores sociais comparecem para explicar o desenvolvimento intelectual.
O homem como ser social
Para Piaget, o “ser social” de mais alto nível é justamente aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes da forma equilibrada. Os interlocutores deverão também, cada um do seu lado, ser capazes de pensar seguindo a mesma operação. Somente é possível entre os sujeitos que tenham atingido este estágio de desenvolvimento. Dito de outra forma, a maneira de ser social de um adolescente é uma, porque é capaz de participar das relações, e a maneira de ser social de uma criança de cinco anos é outra. Para Piaget não se trata de traçar uma fronteira entre o social e não social, mas sim de, a partir de uma característica importante das relações possíveis entre pessoas do nível operatório. Começando pela criança no estágio sensório-motor. Nesse estágio, Piaget considera abusivo falar em real socialização da inteligência, pouco ou nada devendo às trocas sociais. Em compensação, a partir da aquisição da linguagem, inicia-se uma socialização efetiva da inteligência, crianças de quatro anos conversando entre elas, definições diferentes às mesmas