Pessoas com deficiência

Dimensões transdisciplinares do trabalho de equipe em intervenção precoce - Vítor Franco

Quando se fala em “Pessoa criança”, deve-se ter a preocupação com sua perspectiva de desenvolvimento, principalmente daquelas crianças que o possuem ameaçado. Para ter o cuidado e para formular intervenções no desenvolvimento precoce é preciso ter bastante profissionalismo e realismo.
Estimulação precoce deixou de ser uma estimulação das competências motoras e sensoriais, hoje, conceitua-se como o conjunto das intervenções dirigidas às crianças, até aos 6 anos, com problemas de desenvolvimento ou em risco de os virem a apresentar, suas famílias (Correia & Serrano, 1998). Para que este trabalho ocorra com êxito, é necessária uma multiplicidade de saberes, ou seja, uma equipe que pode ser multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar (três grandes modelos de trabalho em equipe)
No modelo multidisciplinar existe a necessidade de vários profissionais que avaliam e intervenham de acordo com a situação da criança e após nomear a patologia, cada profissional decide o que é melhor para cada situação. Já no interdisciplinar, há uma estrutura de interação (é fundamental a partilha de informações) e trabalho em equipe, mas na decisão sobre o planejamento continua sendo responsabilidade de cada especialista. O transdisciplinar, seria o que mais se adequaria ao trabalho em intervenção precoce pois nele há total participação de todos os profissionais nas tomadas de decisões, existe dinamismo entre a equipe, partilha de informações e cada técnico integra conhecimentos e estratégias que ultrapassam a sua formação de base, além do que, é centrado mais na necessidade da Pessoa do que na especialização dos técnicos.
Os cuidados da criança, nos primeiros tempos de vida, vêm sendo uma grande preocupação e é na intervenção precoce que é permitido cuidar da criança e da família, numa totalidade, indo à complexidade da Pessoa e ao seu contexto. Tudo isso funciona a partir do