Pesquisa ação

PESQUISA-AÇÃO COMO METODOLOGIA PARA A MUDANÇA NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS: BASES CONCEITUAIS E APLICAÇÕES.

Prof. PEDRO ANIBAL DRAGO

1. Introdução:

A FUNDAP – Fundação do Desenvolvimento Administrativo, órgão do governo do Estado de São Paulo, tem como objetivo o desenvolvimento de recursos humanos, a consultoria organizacional e a pesquisa aplicada na administração pública.
No início de suas atividades em 1976 preocupou-se em desenhar uma metodologia de consultoria organizacional que se comprometesse com os resultados efetivos das intervenções organizacionais.
Depois de inúmeras pesquisas, encontros com especialistas e debates entre experiências práticas e teorias acadêmicas, descartou as metodologias que tivessem como foco apenas variáveis estruturais. Uma vez que estas, por si só, não garantem as mudanças comportamentais necessárias às mudanças efetivas voltadas aos interesses, em última instância, dos cidadãos.

A escolha recaiu sobre as chamadas variáveis de processo onde é focado o grupo como instrumento privilegiado de trabalho. O pressuposto participativo é claro, pois acredita-se que a mudança significativa dentro das organizações só é atingida quando protagonizadas por grupos pertencentes à própria organização. Assim, a estrutura é modificada como um resultado do processo de mudança de comportamento, pelo qual passa a organização, e não condição preliminar para a mudança deste.

A metodologia escolhida foi a Pesquisa-Ação (Action-Research) por ser a que mais atende a essas necessidades buscadas.

O objetivo central da Pesquisa-Ação é o estabelecimento de uma relação de trabalho de ensino-aprendizagem, cooperativa e participativa entre consultor e cliente , que privilegia a democracia interna em busca da autonomia organizacional pelo desenvolvimento das pessoas na realidade do trabalho. Em outras palavras, na medida em que aumenta a compreensão da externa e interna que envolve a organização, o grupo que participa do processo de análise e