Livro Dominação Masculina

"Para chegar nesta temática o autor discorre que a sua pesquisa na Cabilia – Norte da África o guiou para esta discussão. Como Elias, ele demonstra como uma sociedade diferente e por vezes pequena, nos trazem temas discutidos em todas sociedades, inclusive as desenvolvidas. A etnografia sobre o mundo Cabilia mostra para o autor múltiplas relações que se estabelecem entre categorias de pensamento que são próprias desse povo. Na casa Cabilia o autor identifica a topografia Homem e Mulher, e essa experiência é o que seria peculiar a varias culturas. Nisto ele percebe que é ser homem e ser mulher, e o fato dele ser homem acaba influenciando na sua pesquisa. Nesta comunidade que Bourdieu estudou, foi possível ver que a dominação masculina também se fazia presente, mesmo que de forma suave, insensível, invisível as suas próprias vítimas, inclusive é este tipo de violência que o autor denomina simbólica.
** A violência simbólica não é uma violência que não existe, ela existe e tem sua objetividade. Para o autor, ela não minimiza a violência física, ela seria o que justifica a agressão. A violência simbólica é resultado da incorporação de classificações, assim naturalizadas, de que seu ser social é produto, ou seja, é uma violência que existe, mas que muitas vezes se faz invisível, impondo-se de maneira mais indiscutível. Com base no campo, o autor vai desenvolvendo sua obra, na qual tratarei aqui como uma discussão de cunho geral e não apenas como algo que só surgiu neste campo de pesquisa. A força da ordem masculina se evidencia no fato de que ela dispensa justificação. A ordem social funciona como uma imensa máquina simbólica que tende a ratificar a dominação masculina sobre a qual se alicerça (ex: público – homem, privado - mulher). O mundo social constrói os corpos como uma realidade sexuada e como depositório de princípios de visão e divisão sexualizantes. Ele é quem constrói as diferenças entre os sexos biológicos, conformando os princípios