Introdução à teoria da Literatura (A ascensão do inglês) Terry Eagleton RESUMO
Terry Eagleton
Séculos XVII e XIX: a literatura tinha um conceito diferente do que conhecemos nos dias de hoje. Antes, para ser chamada de literatura, ela precisava estar em conformidade com certos padrões das "belas letras", seus conceitos eram ideológicos, apresentando valores e gosto de um grupo.
A sociedade e suas práticas, portanto, eram legitimas por um discurso; discurso esse que era legitimado por um poder. Assim, se mudava o poder, o discuso também mudava.
A burguesia ascende o poder e dissolve a tradição. Os escritores, desta forma, se negam a trabalhar para ela e passam a escrever uma literatura sem função social, que não vai interferir diretamente na sociedade e, assim, será vista como negativa, já que para ter função social era preciso ser comandada pelo poder vigente, no caso, a burguesia.
As útimas décadas do século XVIII testemunharam uma reorganização chamada de "formação discursiva" na sociedade inglesa. No entanto, foram nas últimas décadas do século XIX que a literatura ganhou o sentido que conhecemos hoje, o sentido romântico.
A nova literatura surge quando o escritor se alinha ao preceito iluminista de que cabe ao homem agir para se libertar. Esse pensamento vem libertar o indivíduo e dissolver novas afirmações na sociedade.
(Os iluministas eram os técnicos da ascensão burguesa, mas quando a burguesia atingiu o poder, eles saíram).
O sentido estético nesta forma de expressão surgiu desses valores, no século XIX. Em princípio, a arte era produzida de forma desinteressada, sem razão social ou objetivo mercantilista, é inútil. Ela é uma ideologia alternativa, com a função de coligar os homens.
Os escritores querem, portanto, fazer uma literatura que não tenha valor econômico ou social, mas apenas estético. Eles querem a liberdade! A criação literária vai dar destaque àquela que a faz, tendo seu discurso controlado pela assinatura dos escritores.
Dizemos que ela tem a tríplice função