Inconfidência mineira

Inconfidência Mineira

Nos 30 anos do século XVIII, a mineração estava em franco declínio, provocando o gradual empobrecimento de todos os seguimentos da população de Minas Gerais. Naturalmente, esse declínio provocou descontentamento, agravado pelo rigor cada vez maior das autoridades portuguesas, que tentavam a todo custo receber as 100 arrobas de ouro (limite mínimo do quinto a ser arrecadado). No entanto, apesar de todos os esforços, a arrecadação média desse imposto, entre 1774 e 1778, fora pouco superior a 60 arrobas por ano. A Coroa então perdeu a paciência e ordenou ao governador da capitania, D. Luis Antonio Furtado de Mendonça (6º Visconde Barbacena), que decretasse imediatamente a derrama, ou seja, a cobrança dos quintos em atraso.
A população ficou apavorada, e é fácil perceber o por quê. A derrama era cobrada pela polícia, à força, sem qualquer critério. Todos os habitantes, mineradores ou não, eram obrigados a contribuir, sendo as contribuições calculadas aleatoriamente, de acordo com estimativas que o governo fazia sobre as posses de cada um. Os abusos, as injustiças e negociatas que aconteciam! E como se não bastasse, o total em atraso chegava a 596 arrobas, o que equivalia aproximadamente à soma dos quintos pagos durante os dez últimos anos!
Foi nesse ambiente que nasceu a Conjuração, ou seja, uma conspiração contra a metrópole, propunha pela primeira vez em nossa história - a independência, por meio de uma ação político-militar. Entre seus líderes apenas Tiradentes não pertencia à elite mineradora. Os demais – Álvares Maciel, Alvarenga Peixoto, Tomás Gonzaga, Claudio Manuel da Costa e vários outros - eram ricos e influentes, alguns inclusive ligados à alta administração civil e militar da capitania.
Justamente por isso, a conspiração, embora baseada nas ideias liberais, era bastante modesta em sua propostas, algumas até vagas e abstratas: libertação colonial, proclamação de uma república nos moldes norte-americanos,