História e Ciências Sociais na Primeira Geração dos Annales

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A chamada Escola dos Annales — corrente historiográfica cujo cerne reside em torno do periódico francês Annales d’histoire économique et sociale, fundado em 1929 por March Bloch e Lucien Febvre — definiu um novo caráter para os estudos históricos do séc. XX.
Dentre as diversas propostas dos historiadores da Escola dos Annales, encontramos a premissa de se dialogar com outras disciplinas, tais como a geografia, a linguística, a psicologia, etc., ou como afirmou Febvre: “negociar perpetuamente novas alianças entre disciplinas próximas ou longínquas” [1]. Tendo isso em mente, sabe-se que um campo o qual esteve em diversos momentos “negociando” com a História foi o das ciências sociais; os pensamentos de seus teóricos se encontram com os historiadores em diversos pontos e até mesmo tiveram seu papel sobre os Annales.
Fernando Teixeira da Silva analisa as relações entre a História e as Ciências Sociais, as quais, segundo a sua visão, remontam à época em que ambas almejavam um lugar no meio acadêmico, buscando, com este intuito, uma cientificidade para seu corpo disciplinar [2]. A História e as Ciências Sociais oscilam ao longo do tempo entre momentos de aproximação e distanciamento — em Robert Darnton, encontramos as expressões “zona de litígio” e “relações de boa vizinhança” [3]. Conceitos tais como evento e estrutura, sincronia e diacronia, ruptura e continuidade, narrativa e interpretação, entre outros, permeiam e fundamentam o diálogo entre ambas as áreas.
O sociólogo francês Émile Durkheim funda, em 1898, o periódico L’Anné Sociologique, onde busca conferir independência disciplinar à Sociologia. Outras ciências humanas são anexadas à Sociologia, de modo que a História, nesse momento, “deixa de ser ela mesma para tornar-se um ramo da sociologia” [4]. Também, não se podem deixar de lado as críticas de François J. C. Simiand, também sociólogo francês, o qual publica em 1903 o texto Méthode Historique et Science Sociale. Suas críticas estiveram entre as

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