Franz Kafka

Franz Kafka fez parte da Escola de Praga, movimento esse, alicerçado em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre racional lucidez e grande traço irônico.
Esse traço de lucidez e ironia aparece na maioria de seus textos.
O olhar kafkiano é direcionado para coisas como a opressão burocrática das instituições, a justiça e a fragilidade do homem comum frente a problemas cotidianos.
Essas características que aparecem em suas obras são frutos de seu contexto histórico. Ele viveu na época da Segunda Revolução Industrial, tempo em que diversos inventos passaram a serem produzidos; época também da Belle Époque, período caracterizado por um sentimento de prosperidade, expansão e progresso (nomeadamente a nível intelectual e artístico).As pessoas da época não percebiam que todo esse avanço tecnológico, consumo e bem-estar estava atrelado à sua manipulação sem que percebessem disso. Essa manipulação é vista em suas obras como a alienação do indivíduo e fortalecimentos das instituições.
Um exemplo de como o ser humano se torna alienado é visto no romance “O Processo”, que retrata as marcas do absurdo e do insólito vivido em sua época através da construção do espaço e na ação dos personagens; e a inserção de dúvidas e conjecturas na narração. Através disso, aponta a situação que define a modernidade: o debate da racionalização e a alienação. Se por um lado a racionalização desencadeia a evolução da tecnologia, do processo técnico, da ciência e consequentemente do avanço industrial; por outro, esse avanço é convertido na anulação e submissão do homem moderno, transformando-o num ser alienado, regido pelo consumo desenfreado e pelo progresso tecnológico.
O progresso e a conscientização do homem moderno deveria levá-lo à sua emancipação da influência de outras pessoas e principalmente de instituições, seja elas, o Estado ou instituições religiosas. Porém, acontece o contrário, pois leva o indivíduo à alienação e sofrimento, pois