Fotografia no Brasil
Por: Enio Leite
Divulgação
CAPÍTULO 1
A pequena caixa de madeira, criada por Louis Mande
Daguerre em 1839, conseguiu realizar um sonho desejado há milênios. O homem conquistou um novo passo para a eternidade. Seu registro, após séculos de tentativas, adquiriu a dinâmica da reprodução do real. De todas as manifestações artísticas, a fotografia foi a primeira a surgir dentro do sistema industrial. Seu nascimento só imaginável frente à possibilidade da reprodução. Pode-se afirmar que a fotografia não poderia existir como a conhecemos, sem o advento da indústria. Buscando atingir a todos. Por meio de novos produtos culturais, ela possibilitou a maior democratização do saber.
Daguerre e sua câmara
A Renascença traria embutidas as condições sócio-políticas muito especiais na futura contingência fotográfica. Na verdade, havia abundância de capital, de moeda circulante, em parte pelo florescimento do comércio, das grandes navegações e pelo fluxo de mercadorias trazidas do oriente e de outros pontos mais distantes; todos estes fatores contribuíram para que literalmente sobrasse dinheiro nas mãos das pessoas de bom senso e, principalmente, de verdadeira paixão pelo conhecimento, ostensivamente oprimida pelo período anterior.
A câmera escura e, mais tarde, a própria fotografia, constituía a cristalização da percepção renascentista: uma pequena fenda na escuridão medieval que produzia nova concepção de imagem para o velho mundo europeu.
A nova invenção veio para ficar. A Europa se viu aos poucos, substituída por sua imagem fotográfica. O mundo tornou-se, assim portátil e ilustrado.
A invenção de Daguerre teve também seu cunho político. A França sempre se sentiu ameaçada pela Inglaterra devido as grandes transformações econômicas e técnicas ocorridas nas Ilhas Britânicas entre os séculos XVIII e XIX. Antecipou-se lançando a Fotografia oficialmente na Academia de Ciências de Paris em 18 de
Agosto de