Esteticista

Lolitas – uma tribo urbana de bonecas
O estilo de moda Lolita começou por ter as primeiras manifestações no Japão em fins da década de 70 e começo da década de 80. Inspirado em parte na cultura 'kawaii' japonesa (fofa ou adorável) e na nostalgia de outros tempos - sejam períodos históricos (vitoriano ou rococó) ou simplesmente da própria infância, o estilo Lolita é bastante controverso.
Este movimento chegou a Portugal há menos de dez anos, em meados de 2006, e tem cada vez mais adeptos. No Grande Porto e em Lisboa, encontram-se frequentemente algumas destas bonecas.
Nestas cidades, os olhares alheios são de estranheza, espanto, interrogação, gozo, dedo em riste, mas Filipa Neves, uma web designer de 22 anos, habitante de Lisboa, arrumou os trajes góticos no armário para vestir Lolita. Também Vitória Esteves, 21 anos, estudante de mestrado em Jornalismo, na Escócia, arriscou a mesma radical troca de vestuário. A portuense, Ana Caramujo, de 19 anos, estudante nas Caldas da Rainha, é também uma das adeptas. A mais antiga representante da comunidade Lolita em Lisboa é Sílvia Neves, uma licenciada de 26 anos.
Contudo, contam-se pelos dedos os representantes masculinos da comunidade de Lolitas em Portugal – Bruno Matias é um deles e é o único que veste roupa de marca.
Antes de descrever alguns pormenores deste perfil alternativo de moda, há que definir o que é uma “Tribo Urbana”, um conceito que abrange o lifestyle Lolita. É uma expressão que foi inventada, em 1985, pelo sociólogo francês Michel Maffesoli. Estas tribos são constituídas por microgrupos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns. Estas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir e, no caso das Lolitas, tendem a ser uma expressão da estética individual.
A maioria dos seus adeptos são mulheres estudantes, entre os 15 e os 30 anos de idade, que se vestem como bonecas de porcelana da Inglaterra Vitoriana,