Consumo

Consumo, consumismo e sacralizacao do consumo
Uma vez que cada consumidor é considerado um indiv’iduo, uma unidade potencial de compra, a sociedade de consumo nutre-se de desejos e sentimentos, tais como o da obtencao de lucros a qualquer preco, da criacao infinita de novas necessidades, e principalmente, da compulsao incessante por ter cada vez mais “acessórios”. Antigamente, observa-se o ato de comprar, visando mercadoriais essenciais, ou seja, só aquilo que for vital para a sobrevivencia humana. No entanto, com o passar do tempo e o crescimento das técnicas de marketing, essa visao deu espaco para a compra exagerada de diversos produtos que vao muito além do vital, mas, os supérfluos. Desta maneira, encaminhando o sistema ao risco da entropia ecológica.
A sociedade de consumo estrutura-se na lógica da criacao permanente de novas necessidade, somente para que sejam acumulados uma variedade maior de produtos, assim, investindo para que o mercado crie cada vez mais bens de consumo, sejam eles duraveis ou nao. Assim, proferindo continuidade ao ciclo de mercado, no qual as industrias projetam uma maior quantidade de objetos, investindo em técnicas de marketing que nos convenca que aquele determinado produto faz-se indispensavel para a manutencao das nossas vidas.
Boaventura de Souza Santos refletiu teorias (1995: 255-256) sobre a nova forma de integracao do indivíduo: “longe de significar uma cedencia materialista, é vivida como expressao de um novo idealismo, um idealismo objetivo”. No decorrer deste processo, um fenomeno fundamental acontece: “a natureza do consumo metamorfoseia-se”, migrando o ideal de consumir por necessidades e criar produtos pensando especificamente em um grupo de pessoas para a “retratacao da producao em massa e sua gradual substituicao pela clientelizacao e personalizacao dos objetos transforma estes em caracteristicas de quem os usa e, nessa medida, os objetos”, assim, continua Boaventura, as mercadorias transitam do mundo do “ter” para o