Brandi e a teoria da restauração

Teoria da restauração

Em seu livro Teoria da Restauração Cesare e Brandi aborda as várias percepções que envolvem o processo do restauro, bem como as instâncias que segundo ele o norteiam. Na sua introdução é discutido o conceito de restauração, que segundo o autor nada mais é que uma intervenção que procura proporcionar de novo a eficiência do produto criado pela atividade humana. Para tal, tece comentários a respeito do aspecto da restauração de produtos industriais e de obras de arte, no intuito de recuperar a funcionalidade dos mesmos. A partir dessa primeira abordagem, Brandi define logo adiante que o restauro surge como um ato em que se constitui o reconhecimento da obra de arte, tanto na consciência física da mesma, como também no aspecto histórico e visual, objetivando a longevidade da informação que ela possui. Para que a restauração seja efetuada com êxito é necessário restabelecer a unidade potencial da obra, sem se alterar o histórico desta, seja relativo aos traços propositais ou aos sofridos pelo tempo. Posteriormente, a discussão gira em torno da matéria da obra de arte e o que constitui a matéria desta em si. Nos é exposto que a partir da matéria é possível se aflorar memórias, informações e portanto pode ser este o intuito da obra. Desta forma torna-se imprescindível saber como restaurar a mesma sem modificar fortemente as reações que ela provoca naqueles que a cercam. Ainda tratando de conceituações, Brandi explicita a cerca da unidade potencial da obra, a fim que se possa estabelecer o limite da restauração a ser feita. Retrata a questão da observação da obra como um inteiro e não como um grupo de fragmentos para sua análise (mesmo que esta seja fracionada). Quando se trata da questão da percepção da obra como arte ou como uma imitação da organização do mundo, também é muito relevante para a caracterização desta. Como conclusão dessa temática, fica claro que a obra não deve ser observada como a junção de várias partes, mas sim, como um