Análise do líquor
Por: Raphael Gonçalves Nicésio Tema: Bioquímica, Metodologia
O líquido cefalorraquidiano (LCR) é um fluido corporal normalmente estéril presente no espaço subaracnóideo do cérebro e da medula espinhal. Sua análise é realizada para verificar um quadro infeccioso, o aspecto físico, a celularidade e os produtos químicos, como proteínas, açúcares (glicose), entre outras substâncias presentes.
Coleta
A coleta do líquor deve ser realizada por um médico e a punção lombar o método mais comum. A coleta geralmente é realizada com o paciente em decúbito lateral, com anteflexão forçada da cabeça e membros inferiores flexionados, ou sentado, com anteflexão da cabeça. O médico localizará a região L3-L4, fará a antissepsia e injetará um anestésico no local. A agulha apropriada é inserida e a pressão do líquor é medida. Após a coleta, uma ligadura é colocada sobre o local da punção para evitar escape liquórico. Outras formas menos comuns de coleta liquórica incluem punção cisternal e punção suboccipital. Depois de colhida, a amostra é enviada ao laboratório para avaliação.
Coleta de líquor.
Principais parâmetros avaliados
• aspecto
Normalmente límpido, pode apresentar-se turvo ou hemorrágico.
• cor
O líquor é incolor, porém pode ter coloração xantocrômica e eritrocrômica.
• DNA de vírus comuns
Valor normal: ausência.
• bactérias
Valor normal: ausência.
• contagem de células
O aumento de células neutrofílicas geralmente sugere um quadro inflamatório agudo, enquanto o aumento de células linfocitárias sugere um quadro crônico. Nas infecções bacterianas, há o predomínio de leucócitos polimorfonucleares.
• antígeno criptocócico
Valor normal: ausência.
• glicose
Valores diminuídos podem ser encontrados em quadros de meningite, neoplasias ou hipoglicemia sistêmica.
• lactato desidrogenase
Elevada em quadros necróticos, isquêmicos, leucêmicos.
• bandas oligoclonais (imunoglobulinas)
Níveis aumentados podem