Aiatolas

IBMEC – Centro
Eletiva: Oriente – História e Conjectura
Aluna: Georgia Northrup

Aiatolás do Irã

1. Introdução
O conceito ayatullah significa literalmente sinal de Deus e é um título honorífico para uma classe especial de eruditos que só existe no Islã xiita. Um aiatolá distingue-se pelo fato de dominar a aplicação do assim chamado ijtihad. Este termo designa um princípio controvertido de jurisprudência com base no esforço intelectual próprio. Enquanto o Islã sunita aboliu esse método de jurisprudência no século IX, no Islã xiita ele foi mantido. De acordo com ele, um estudioso da lei, levando em conta as fontes primárias da lei, a saber, o Alcorão e a sunnah, pode chegar a decisões autônomas em questões religiosas mediante o uso da razão.
O primeiro erudito a receber esse título foi Allama Al-Hilli (1250-1325), que formulou as bases teóricas desse método. O significado especial dessa classe de eruditos resulta das peculiaridades do Isla Xiita. A Shia parte do principio de que a comunidade islâmica de fato sempre esteve sob a liderança de um descendente da família de Ali. Para os assim chamados doze imãs xiitas, o décimos primeiro descendente de Ali foi ocultado por Deus e desde então eles estão sempre esperando que ele retorne. Na qualidade de representantes dele, diversas dinastias xiitas oriundas da família de Ali governaram o Irã. Quando em 1925 os Pahlevi tomaram o poder, ou seja, uma dinastia que expressamente não se compreendia nesses termos religiosos, surgiu no Irã a pergunta pelo poder político legalmente constituído. Os aiatolás, que desde o século XVI haviam se tornado cada vez mais influentes, apresentaram a reivindicação de exercer o governo como representantes do décimo segundo imã, que fora ocultado por Deus. Essa concepção política remonta ao aiatolá Khomeini (1902-1989), que conseguiu se impor em 1979 na disputa com o xá e foi reconhecido como erudito da lei capacitado para governar o Irã.
O Irã tem como sistema de governo a teocracia, em que as