Ética

Capitulo 9 - Os de dentro e os de fora

O abrigo

Estamos em fevereiro do ano de 2002 e o mundo está fazendo um levantamento dos danos causados pela guerra nuclear que, quase no fim do ano passado, estourou no Oriente médio. O nível global de radioatividade hoje, e nos próximos oito anos, é tão alto que só os que vivem em abrigos atômicos podem estar confiantes de que vão sobreviver com razoável saúde. É provável que 10% deles morram de doenças provocadas por emanações radioativas já no próximos dois meses: outros 30% desenvolvam formas letais de câncer nos próximos cinco anos e até mesmo os restantes vão ter um tipo de câncer de intensidade dez vezes superior aos tipos normais.Os seus filhos nasçam deformados é cinquenta vezes maior do que era antes da guerra.
Esses abrigos foram projetados em forma de cidades subterrâneas, cada uma delas com acomodações e suprimentos para atender ás necessidades de dez mil pessoas nos próximos vinte anos. Possuem também, sofisticados sistemas de segurança que lhes permitem receber somente os que querem receber e deixar de fora todos os outros.
A noticia de que não será necessário ficar nos abrigos por muito mais de oito anos foi naturalmente recebida com alegria pelos membros de uma comunidade subterrânea chamada Porto Seguro. Acima de Porto Seguro estão milhares de pessoas que não compraram abrigos, e é possível vê-las e ouvi- lãs através de câmeras de televisão instaladas na entrada. De inicio antes que soubesse quanto tempo ainda demoraria para se poder voltar com segurança a superfície, esses pedidos não encontravam, virtualmente, nenhum apoio no interior do abrigo. A questão da acomodação só apresenta problemas ligeiramente maiores: Porto Seguro foi projetado para funcionar como um retiro de luxo quando não necessário para uma verdadeira emergência, e esta equipado com quadras de tênis, piscinas e um grande ginásio de esportes. Se todos concordassem em manter a forma fazendo aeróbica em seus próprios aposentos,