Ética e aids

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A ética profissional e a AIDS
Quando os primeiros casos de aids surgiram no Brasil, na década de 80, o medo e o preconceito tomaram conta da sociedade, principalmente dos profissionais de saúde – a princípio, o grupo a ter maior contato com esses pacientes. Isolamentos foram montados rapidamente nos hospitais. Alguns profissionais se recusavam a atender pessoas infectadas pelo HIV. A notícia logo se espalhava pela unidade de saúde, deixando o paciente exposto.
Hospitais e clínicas não aceitavam internar pessoas com aids, fato comum no início da epidemia.
“A resistência dos profissionais de saúde em atender pessoas com aids, naquela época, foi enorme”, lembra Dirceu Greco, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenador do Departamento de Doenças Infecto-parasitárias (DIP) do Hospital das Clínicas da UFMG e um dos primeiros médicos mineiros a trabalhar com HIV/aids. “Os dois primeiros casos em Belo Horizonte foram recusados pelo Hospital das Clínicas, mas conseguimos dois leitos no Hospital João XXIII. Em poucos minutos, formou-se um isolamento ao redor desses pacientes. A enfermagem não entrava. Os medicamentos e a comida eram deixados na porta”, recorda o médico. “O laboratório me pediu que eu carimbasse ‘cuidados especiais’ nos pedidos de exames e meus colegas me repreendiam por eu não atender ‘separadamente’ os pacientes soropositivos”, conta Greco.

A ética deve ser constantemente discutida
Passados mais de 20 anos, a ciência avançou no combate à epidemia, mais informações sobre as formas de transmissão do vírus foram descobertas e propagadas. A ética do profissional de saúde no contato com os portadores do HIV começou a ser constantemente debatida nas unidades de saúde, nas Organizações Não-Governamentais e nos programas de aids do país. O médico Dirceu Greco acrescenta que leis foram aprovadas e normas e recomendações foram escritas para definir as regras e os limites do relacionamento entre o profissional

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