O nome da rosa

O nome da rosa: uma análise dos elementos formadores do Direito Canônico

O período da Baixa Idade Média foi marcado pela hegemonia da Igreja Católica no campo cultural, principalmente no que concerne a educação. O filme O Nome da Rosa retrata o monopólio da Igreja sobre o conhecimento e as controversas medidas adotadas por essa instituição para manter o seu poder político, econômico e cultural, utilizando, inclusive, do Direito como objeto de legitimação.
O enredo do filme se desenvolve em um mosteiro onde acontece uma investigação de crimes misteriosos pelo personagem principal William de Baskerville. O mosteiro funcionava como uma verdadeira fortaleza do conhecimento, pois os padres tinham o privilégio de saber ler e escrever e ainda o acesso às obras clássicas, incluindo as obras jurídicas do direito romano. A educação era para poucos, por isso ficou reservado aos padres o papel de traduzir essas obras e o saber contido nelas acabou por ser utilizado, entre outras funções, para fortalecer o Direito Canônico.
A formação e consolidação do Direito Canônico foi um processo intrínseco a centralização do poder na Igreja. Além de contar com a única forma escrita de Direito da época, impedia a difusão de conhecimentos que questionassem os seus dogmas com a publicação do Index Librorum Prohibitorum. As pessoas eram proibidas de ler os livros contidos nessa lista e também de desenvolver atividades que pusessem em dúvida a infalibilidade das determinações da Igreja, sob pena de responder por heresia ao Tribunal do Santo Ofício da Inquisição. A história principal do filme envolve um livro proibido de Aristóteles, sobre o riso, que teve as suas páginas envenenadas para que não fosse lido. Outrossim, o personagem principal representa a chegada das ideias renascentistas e como elas foram inicialmente reprimidas. Em sua instalação no mosteiro, William esconde seus instrumentos de estudo do padre que o recepciona, com receio de que talvez fosse tido como vinculado a