O lugar do homem na natureza
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O lugar do homem na Natureza Introdução Os graves problemas da exaustão dos recursos naturais e do saque dos ecossistemas ainda não estão satisfatoriamente investigados em razão das diferenças de formas de expressão comunicativa entre a natureza e o homem ou, ainda, por interesses econômicos imediatos particulares. Felizmente uma nova área de pesquisa está se abrindo para o historiador no campo das temáticas ambientais, ou seja, um estudo e uma análise da forma como os homens instituem suas relações sociais e seu modo de produção. Este último está diretamente ligado a um conceito holístico de investigação extremamente dinâmico das interações homem/natureza. Em termos de interferência no meio ambiente, sabe-se que em um dado momento da história do homem sobre a Terra ele podia ser considerado um elemento natural da mesma maneira que qualquer espécie animal. Evidentemente, o homem primitivo não dispunha de uma quantidade de energia mecânica suficientemente grande para que seu impacto sobre a natureza pudesse ultrapassar certos limites circunscritos. Já em 1975, Dubos salientava que existe apenas uma diferença de grau entre o cultivador neolítico desflorestando para obter uma clareira e o homem do ano 2000 que, por meio de explosões atômicas, deslocará montanhas e modificará o curso dos rios, obrigando-os a irrigar desertos. E, realmente, é preciso reconhecer que essa diferença é fundamental, pois refere-se principalmente à rapidez das transformações, fator de maior importância quando analisamos o poder de assimilação dos impactos e a autorrecuperação da natureza. Com o aumento das densidades das populações humanas e sua organização em comunidades sociais cada vez mais aperfeiçoadas, estas rapidamente dispuseram de um poder crescente à medida que os seus recursos técnicos se desenvolviam. Tais fatos refletiam em uma maior pressão ao meio ambiente, onde a exploração dos recursos naturais e os diferentes tipos de rejeitos oriundos das diversas atividades