O caso dos exploradores de cavernas
FULLER, Lon L. O caso dos exploradores de cavernas. Trad. Plauto Faraco de Azevedo. Porto Alegre: Fabris, 1976.
“O caso dos exploradores de cavernas”, narra uma história ocorrida em maio no ano imaginário de 4299. O livro é intrigante e interessante, uma vez que levante um assunto muito difícil de tratar, o duelo da Lei e sua aplicabilidade. O que há de prevalecer, a Lei em sentido estrito, ou sua interpretação com base nas brechas que ela tem em relação aos fatos apurados sobre determinado caso?
O livro “O caso dos exploradores de cavernas” consiste em um estudo da argumentação jurídica elaborado pelo professor de Jurisprudence da Harvard Law School, Lon Fuller, em 1949.
A história é sobre cinco espeleólogos membros da Sociedade Espeleológica (organização amadorística de exploração de cavernas), que durante uma expedição a uma caverna de rocha calcária ficaram presos após um grande desmoronamento que bloqueou completamente a única entrada da caverna.
No vigésimo dia em que se encontravam presos na caverna, sem as mínimas chances de sobrevivência, um dos espeleólogos, Whetmore conseguiu comunicar-se com o lado de fora através de um rádio transmissor que eles haviam levado para o trabalho de exploração da caverna. Questões foram levantadas pelos espeleólogos. E, a mais curiosa foi a dirigida à equipe médica: qual a possibilidade de manterem-se vivos consumindo a carne humana? Visto que o resgate levaria no mínimo mais dez dias, e sem alimento, seria improvável a sobrevivência de qualquer deles.
Os exploradores dirigiram várias perguntas ao lado de fora da caverna, a fim de saber a moralidade e licitude do ato de comerem carne humana na situação em que se encontravam. Porém ninguém quis se comprometer. Há questões imbuídas de culpabilidade nesse caso, por que as autoridades demoraram tanto nos resgates? Qual foi o motivo que levaram, autoridades judiciárias, médicas, governamentais e religiosas ao silêncio.
Não