A violência conjugal contra a mulher a partir da ótica do homem autor da violência

3892 palavras 16 páginas
Introdução
A violência contra a mulher por parte do marido ou parceiro assume números significativos e configura-se como relevante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A partir de 48 estudos de base populacional conduzidos em todo o mundo identificou-se que entre 10% e 69% das mulheres já foram agredidas pelo seu parceiro (World Health Organization, 2002). No Brasil, pesquisa conduzida em 2001 estima que 2,1 milhões de mulheres já sofreram espancamentos graves, havendo, ainda, uma média de 175 mil mulheres agredidas por mês ou quatro por minuto (Venturi e col., 2001). A violência conjugal representa uma das principais ameaças à saúde das mulheres e a maioria dessas agressões reflete um padrão de abuso contínuo. As conseqüências da violência doméstica para a pessoa agredida são severas e abrangem diversas dimensões, desde ocorrência de fraturas, luxações e hematomas até impactos psicológicos e comportamentais, como depressão, ansiedade, dependência química e farmacológica, ou, em casos mais severos, desequilíbrios que levam a suicídios (World Health Organization, 2002).
A violência entre parceiros engloba comportamentos dentro de uma relação íntima que podem causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial (Brasil, 2006). Historicamente, a violência conjugal carrega tabu e medo e em diversos locais não tem sido tratada como crime real, o que acarreta evidente falta de consequências legais a tais atos. Segundo Guattari e Rolnik (1993), o modo como os agressores vivem essa condição de agressor oscila entre dois extremos: uma relação de alienação e de opressão, na qual o homem agressor se submete à subjetividade tal como ela se apresenta; ou uma relação de criação e de expressão, na qual se reapropria dos componentes da subjetividade, criando um processo de singularização, ou seja, reconhecendo as dificuldades que traz consigo e que não dá conta de resolver a não ser por meio da violência.
Para Machado (1998), as

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